5.5.07

Mundo estranho - Pegando praia em Barcelona

Quem nos conhece sabe que somos obsessivos desbravadores de praias. Temos milhares de quilômetros rodados no assunto. Quando morávamos no Brasil e tínhamos um Guia 4 Rodas, conhecemos quase todas entre Montevidéu e Mangue Seco. Faltaram muitas do Uruguai, claro, faltou Ilha do Mel, Espírito Santo também não foi devidamente explorado, e tudo o mais acima de Sergipe. Mas onde deu pra ir, a gente foi. De carro. Por estradinhas esburacadas. Atropelando capivaras. Sozinhos ou com bons amigos. Sem faróis na Bahia, sem rolamentos em Búzios. Esperando uma oficina abrir em Torres, às 3 da manhã. Indo parar em Jaguarão, ao invés de Punta del Diablo. Mas nunca desistindo, sempre em busca da praia perfeita. Da areia é que se vê a praia melhor pra ficar, já diria Chico Science.

Agora, do outro lado do oceano, eis que nos acontece de morar a poucos metros do mar. Mais especificamente, a uns 400 metros. Dá pra ver o Mediterrâneo da sacada. No primeiro calorzinho de abril, corremos pra pegar uma praia. A primeira que conhecemos foi El Masnou – nada de mais e ainda por cima a água vem diretamente das calotas polares. Em El Masnou, fizemos uma coisa que jamais havíamos feito, de Cassino a Ubatuba, de Trancoso a Angra dos Reis, de Barra da Tijuca a Arroio do Silva: colocar o dedão do pé na água e sair correndo. Era do Gelo em Barcelona.

(Pausa para miniflashback: se bem comparo, a sensação foi inversamente proporcional à daquele saudoso março em Morro de São Paulo, quando nos demos conta, depois muitas lagostas e caipirinhas, que a água do mar estava quente – eu disse quente, não morna. Delícia. Éramos 4 cabecinhas flutuantes no mar, não querendo sair nunca mais).

Além de impraticável um "bainho" em Barcelona em abril, há algo muito comum aqui que só tínhamos visto uma vez no Brasil: o topless. Em Arraial d'Ajuda, Mauricio e Edu mal conseguiam jogar frescobol, tal era a desconcentração. (Ainda hoje eu e Denise estamos desconfiadas de tantas bolinhas que foram parar perto das moças de peito de fora.) Aqui, bem, não foi muito diferente. Mauricio continua desacostumado - pra não dizer deslumbrado - com peitos de fora nas praias. Só quero ver quando for a minha vez de fazer topless. :-)

Hoje pegamos praia pela segunda vez, em Barceloneta, e a experiência não foi menos estranha. A água estava um pouco menos gelada, mas havia lama, caminhões e pombas na beira da praia, o que de modo algum nos é familiar. Ainda bem que encontramos dois brasileiros e batemos um bom papo em português. Graças a eles, não nos sentimos tão “peixes fora d’água” – mas nem por isso poupamos vocês dessa analogia sem graça.



Sábado de sol, que alegria



Caminhões não combinam com praia

Prédios também não

Pombas muito menos

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