31.10.08

Avant-première

Este é um momento único na história de los cutremetrajes.

Hoje, sexta-feira, 31 de outubro, El muerto al hoyo y el vivo al bollo será gentilmente projetado pela Casa Vasca (Euskal Etxea) de Barcelona.

E dá-lhe multiculturalidade: um curta de uma brasileira e uma argentina, produzido por catalães, sendo projetado pela primeira vez num centro cultural vasco.

Estaremos lá, felizes e contentes, recebendo equipe, atores, amigos, convidados e penetras para comer pintxos, beber txakolis e assistir juntos a essa fantástica cutre-produção.

Deixo aqui o cartaz de Mauricio Gravana com ilustrações incríveis do nosso querido amigo Eliandro Ramos.

Haja coração!


14.10.08

Making of, ficção e realidade

A história do filme se passa num velório, portanto, o encarregado de fazer as imagens do making of foi, claro, o próprio morto. Ninguém melhor que ele, que passou o dia deitado, numa boa, sem nenhum texto pra decorar, com sua câmera escondida dentro do caixão, para dar uma filmadinha entre uma toma e outra. Barbada.

Quer dizer, mais ou menos. O cara foi xingado pela mulher, agarrado pela amante, sacudido por um bêbado, quase espancado pelo genro, tudo isso sem poder rir e tendo que controlar a respiração. Passava calor, suava, ficava corado, tinha que maquiar de novo pra ficar convincentemente pálido. Uma função.

Além do mais - e isso ficamos sabendo só no dia da rodagem - anos atrás tinha sofrido um acidente horroroso, desses de ficar entre a vida e a morte. Atuar em uma comédia de humor negro interpretando um morto e passar um dia inteiro dentro de um caixão lhe pareceu uma boa maneira de exorcisar o trauma (levantar e ir embora no final do dia, então, melhor ainda).

Mais coincidências: o genro do falecido (no filme) tinha ido ao velório do sogro (na vida real) algumas semanas antes da rodagem. Ele queria fazer qualquer papel, menos o de genro. Só depois fomos entender por quê.

Já o Mauricio se sentiu bastante à vontade interpretando o bebum transgressor e sem noção que, entre outras coisas, passa a mão na bunda da senhora mãe do morto. Neste caso, melhor que a baixaria não tenha qualquer conexão com a realidade.


***


Outra: a amante do morto, que no filme está grávida do sexto filho, decidiu encarnar pra valer seu personagem e saiu de casa caracterizada de gestante. Alisou a barriga (isto é, o travesseiro), colocou mão nas costas, fez cara de sofrimento e se deu bem. Ganhou lugar no ônibus. 

E o que é melhor: aceitou.

And the Oscar goes to...




by Oscar Izquierdo

9.10.08

Em breve num cinema perto de você

Ainda é só o teaser, mas já dá pra ter uma idéia da nova estética criada pela produtora Bollo Fictions: el cutremetrage. El cutremetrage é um curta-metragem cutre ("fuleiro", "chinelo"), que tem o objetivo de, se não agradar ao público, pelo menos fazer a equipe se divertir.

O estilo cutre foi criado ao acaso, após fuga em massa de seus produtores, diretores de arte, figurinistas, iluminadores e continuístas dois dias antes da rodagem. Por sorte, os atores e a câmera ficaram. Assim nasceu a Bollo Fictions: com os que restaram.

Quem assiste a um cutremetrage pode achá-lo de um amadorismo vergonhoso, mas a verdade é que até algo amador dá trabalho de fazer. Achar um lugar pra rodar, reunir 13 atores (dentre eles uma senhora de 80 anos), além de um caixão de verdade, uma câmera decente, um microfone que funcione e pelo menos dois focos de luz...

Bom, mas ainda é só teaser. Em breve eu mostro o resto e falo mais.




by Oscar Izquierdo