28.11.07

Caótica Roma

Eu esperava tudo de Roma, menos ver gladiadores falando ao celular em frente ao Coliseu. Fazer o circuito turístico clássico tem dessas coisas - filas imensas, hordas de turistas - mas a regra é: façamos logo isso e nos livremos de uma vez para todo o sempre. Quem em sã consciência voltaria a enfrentar uma fila descomunal para entrar no Vaticano? E depois outra para pagar? E depois outra para provar aos seguranças italianos que não levamos uma bomba na mochila? E depois caminhar horas com uma manada por corredores claustrofóbicos até chegar à Capela Sistina (de gosto muy duvidoso), onde mal se consegue ver as pinturas de Michelangelo (ok, vale o torcicolo) e com dezenas de cadeirantes protestando (com razão) porque só há uma saída de meio metro de largura para escoar todo mundo? No, grazie.

Os romanos são um perigo no trânsito, e nos pontos de informações é onde mais se diz "não sei". Que hora sai o ônibus? Não sei. Até que horas tem metro? Não sei. Maravilha! Descubra você mesmo. Fora isso, há um descaramento generalizado para se tirar dinheiro de turistas, os hotéis são mais caros que em Paris, as contas são sempre uma surpresa e eu ainda não me conformo de ter pago 13 euros para entrar no Museu do Vaticano. Não quero me tornar o Diogo Mainardi dos guias turísticos, mas agora sei que o melhor de Roma é sentar à beira do Rio Tíber no final da tarde, caminhar pelo Trastevere, tomar um café entre as bolinhas de sabão da Piazza Navona, meditar em frente ao Templo de Saturno, ver a noite cair na Piazza Spagna, conversar com italianos bebuns e se perder por ruazinhas tranqüilas onde janelas coloridas e pequenos carros fazem a gente se sentir num filme de Fellini.