29.5.07

Les gens que j'aime

Bar legal é o que não falta em Barcelona. É só caminhar pelas calles despretensiosamente (credo, como foi que saiu isso?) que logo aparece um, como o Les gens que j’aime. Caminhando pelo desbunde de glamour de Passeig de Gràcia – que eu particularmente gosto porque é bonita, iluminada e tem prédios incríveis do Gaudí, não porque tem as lojas mais caras por metro quadrado de BCN – pega-se à direita na Carrer València e ali está: uma porta timidamente aberta, com um querubim assustador e sem braços na entrada. Basta então descer a escadinha para sentir-se na Paris de mil novecentos e não sei quanto. É escuro, há uma ou outra luz amarela, os sofás são vermelhos, de veludo, e há fotos antigas por tudo. “Sou escritora”, eu digo para o cara da barra, “estou escrevendo sobre lugares de BCN...”, e ele então me deixa fotografar, peço uma água e ele não me deixa pagar, o som é bom (Lauryn Hill e assemelhados), a água é ruim (como todas as águas com gás de BCN), e ali eu fico, confortavelmente respirando a fumaça de cigarro das outras duas únicas pessoas que estavam no bar àquela hora, antes do sol se pôr. O cara bem que tentava ler o jornal, mas eu ficava fazendo perguntas. Ele então me contou que todas as noites uma mulher bota tarot para as pessoas, no cantinho mais escuro, aveludado e misterioso do bar. E custa caro, hein, prever o futuro com elegância em Barcelona: 30 euros. Ainda bem que eu tenho o meu próprio tarot.


Tou dizendo que o céu é mais bonito em Barcelona


O Querubim de Milo



E fumam





I see dead people



Jamais bebam essa água

Até o banheiro é bonito

No hay comentarios: